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Novo Hospital-Escola da UFPel deve atrasar

Com previsão de conclusão em novembro, bloco oncológico do HE-UFPel mantém obras em ritmo reduzido por falta de recursos

Gabriel Huth -

Aguardada como uma solução à falta de leitos para pacientes de Pelotas e região, a nova estrutura do Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) pode demorar bem mais do que o previsto até ficar pronta. A primeira etapa da obra, que tinha como meta de entrega o mês de novembro, avança em ritmo mais lento do que deveria e já não tem mais prazo definido. E o motivo é bastante comum: falta de dinheiro.

Iniciada em abril do ano passado, a construção do bloco três da estrutura, destinado a ser um dos maiores e mais completos centros oncológicos do Estado, tem seu orçamento definido em R$ 17 milhões pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). No entanto, faltando apenas cinco meses para expirar a data do cronograma original, restam ainda R$ 7 milhões a serem recebidos pela universidade. "Este ano ainda não tivemos nenhum repasse do governo federal. Da verba prevista para a construção do bloco três, até o momento temos a garantia de apenas R$ 10 milhões, que já estão empenhados e sendo utilizados", aponta o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento (Proplan) da UFPel, Otávio Peres.

Com as torneiras fechadas no Ministério da Educação e na Ebserh, a saída encontrada para manter em atividade os 75 operários da empresa Carlos Lang, vencedora da licitação, foi economizar. Até que se tenha uma garantia de que o dinheiro chegará - e quando chegará -, a ordem é seguir com a construção na avenida Guabiroba, atrás da Rodoviária, em ritmo lento, porém contínuo.

Ao invés de consumir em média R$ 500 mil por mês, o que ocorreu em alguns meses de 2016 durante o pico de atividades, a obra está trabalhando com a metade. De acordo com o gerente administrativo do HE, Mateus Santin, com a verba atual é possível garantir a continuidade dos trabalhos somente até dezembro. No entanto, a direção do hospital estuda a possibilidade de realocar recursos do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários (Rehuf). "Seria R$ 1,5 milhão que precisaríamos redirecionar de outras ações para a construção do bloco 3 não parar no fim do ano", explica. Uma opção que não encontraria resistência por parte da Ebserh, segundo o HE, seria usar esse dinheiro para a compra e a instalação de três elevadores do bloco oncológico.

Enquanto engenheiros da empreiteira adaptam o ritmo de trabalho à verba disponível, nos bastidores do hospital o trabalho é outro: articular com o presidente da Ebserh, Kleber Morais, e o ministro José Mendonça Bezerra Filho o pagamento do valor total do bloco três o quanto antes. Para isso, a superintendente do HE vem mantendo contato e se reunindo em busca de definições. Na próxima semana, Vera Silveira deve ir a Brasília para tratar do assunto. A esperança é conseguir garantir o pagamento dos R$ 7 milhões ainda este ano. "Se isso ocorrer, podemos projetar a entrega do bloco 3 até julho de 2018. Caso contrário, fica impossível estabelecer uma data", aponta Santin.

Hospital completo
Embora enfrente essa contenção de despesas, a construção do bloco oncológico do HE já chama a atenção ao lado do Ambulatório Central da Faculdade de Medicina, conhecido como Paliteiro. Contudo, os blocos um e dois, que abrigarão toda a parte administrativa do hospital, leitos e um novo pronto-socorro regional ainda não têm data para sair do papel.

Conforme a direção do hospital, o plano do empreendimento passa por adequações, já que o projeto original é de 2011 e de lá para cá algumas leis e normas técnicas passaram por alterações. Um ponto, porém, é fundamental para a construção dos novos blocos: a remoção do Paliteiro, que ocupa parte do terreno. Com isso, a possibilidade estudada pela universidade é a de levar o ambulatório para o prédio da Laneira, embora para isso também sejam necessárias adequações no local.

Saiba mais
Bloco Oncológico do HE-UFPel

4.770 metros quadrados divididos em três pavimentos

Investimento: R$ 17 milhões (R$ 10 milhões já garantidos)
Capacidade de atendimento: 3 mil pacientes de Pelotas e região
Equipe: 80 profissionais de assistência e apoio técnico
Estrutura: 20 poltronas de quimioterapia de curta duração e outras quatro para longa duração, radioterapia e diagnóstico por imagem
Local: avenida Guabiroba, 221 (Fragata, atrás da Rodoviária)

Atendimento 100% SUS
45% da obra executada

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